Friday, August 11, 2006

Em verdade vos digo... O Irmão Destino é um humorista como poucos!

Faz um tempo que eu tenho refletido sobre uma questão: a eternidade dos sentimentos. Principalmente o amor. E não tou falando daquela maldita frase pra lá de manjada do Vinicius, o “que seja infinito enquanto dure”. Estou falando mesmo de eternidade, de sentimento que dura uma vida inteira... ou até mais, para aqueles que acreditam em vida após a morte.
Alguns acontecimentos recentes me fizeram crer que amor infinito não existe. Assim como a vida do ser humano é finita, os seus sentimentos também o são. Porém, outros acontecimentos recentes me fizeram repensar essa idéia. Quero compartilhar com vocês dois desses acontecimentos.
Portanto, se tu é do tipo que odeia leituras piegas, mais doces do que água com açúcar, mais melosas que mel, então melhor pular para o próximo texto. Acredite ou não, também não gosto de leituras piegas, me dão enjôo. Mas eu estou num momento piegas, então vou escrever texto piegas. E se você não gostar... bem... basta tu fechar a janela do seu browser. Tem o “x” no canto superior direito do seu monitor justamente pra isso!
Você continua lendo? Ok, depois não diga que eu não avisei.

PORQUE NÃO ACREDITAR QUE AMOR É ETERNO...
Alguns anos atrás eu conheci um casal de amigos via internet, nas famosas salas de bate papo da UOL (abençoada época da sala de Jogos e RPG da UOL). Era um casal mesmo, casado, com três filhos, felizes pra caralho. Fui várias vezes na casa deles, zoava pra caramba com os filhos deles, me ajudaram muito nas minhas deprês amorosas, enfim, um casal de amigos do caramba.
Depois de uns anos, eles se mudaram de cidade, saíram de Sampa, e acabei perdendo um pouco de contato com eles. Às vezes calhava de cruzarmos na net, mas eram momentos bem raros. E eu já imaginava que eles acabariam sumindo para todo o sempre...
... quando de repente encontro um deles, a parte feminina do casal! Puxa, foi pra lá de divertido, pois começamos a trocar altas idéias, meio que colocar o papo em dia, e foi durante essa de colocar a conversa em dia que ela chega e me fala que se separou do marido.
Nossa, fiquei de cara no chão! Se havia um casal que eu acreditava que iria durar para sempre, era esse! Sempre vi eles super bem, apesar de saber que eles tinham lá suas discussões, como qualquer casal que se preze. Agora... separar? Nunca que eu ia imaginar!
Claro que perguntei os motivos que fizeram eles tomarem tal atitude, e devo dizer que minha curiosidade não foi devidamente satisfeita. Mas um dos motivos que me foi dado foi justamente que... não havia mais amor! Havia amizade mas amor mesmo, não.
E foi nesse momento que cheguei à seguinte conclusão: essa conversa de amor eterno não existe! Pelo menos não no mundo atual! Assim como a vida do ser humano é finita, os seus sentimentos também o são. Nascem, crescem... e um dia morrem! Como tudo no mundo! Só não morre aquilo que não tá vivo. E, se é assim, pra que então passar por isso? Melhor mesmo arrumar relacionamentos superficiais e foda-se o resto. Se acabar um namoro pra mim já é um suplício... imagina acabar um casamento de ANOS?!?!
Não, definitivamente isso é algo que eu não quero pra minha vida.

... E PORQUE ACREDITAR QUE É!
Hoje saí do trabalho e fui comprar umas coisas. Gibis, ingresso para o show do Forgotten Boys aqui em Bauru (fiquem tranqüilos, haverá um textinho falando sobre o show, e ele está logo abaixo), um dilema interno (comer ou não comer na rua, eis a questão), enfim, coisas comuns do dia a dia, ao menos do meu dia a dia.
Foi quando cruzei com um velho amigo meu daqui de Bauru. Aliás, amigo desde antes de eu me mudar pra cá. O cara tava meio apressado, mas fiz questão de cumprimenta-lo, pois eu tinha mandado um mail pra ele (coisas de jogo de RPG) e queria saber se ele recebeu.
Fui lá, conversamos uns dois, três minutos, e ele me dá três notícias, no mínimo, surpreendentes:
1 – ele saiu do emprego, ou seja, estava desempregado (!)
2 – ele havia voltado com a ex-namorada dele, que também é mãe da filha dele, e que tinha tido algumas confusões bem graves (!!)
3 – ele estava MORANDO com a guria (!!!)
Nossa, fiquei surpreso pra caralho, mas muito feliz por ele. Inclusive o cara fez questão de mostrar aliança (se muito me engano, dourada), mostrando que o lance era sério mesmo. Ou seja, apesar de todas as zicas que ocorreram entre ele e ela, apesar de tanta dor de cabeça, ele voltou com ela! E mais, passou a morar com ela!
Aí a gente pensa: será que ele não fez isso apenas por causa da filha? Duvido muito. Afinal de contas, ele sempre estava presente com a criança, sempre estava lá, sendo pai, não bancando o pai. E isso era visto por todos os colegas. Só que agora ele havia voltado a ficar com a guria que era mãe da filha dele! Mesmo depois de tanta confusão, briga, etc.
Daí, novamente eu penso: será que amor é eterno? Será que é parte do amor você simplesmente jogar todos os problemas que tu teve no passado com a pessoa pro alto, começar algo novo, apesar de jamais esquecer o que passou, seja pro bem, seja pro mal? Será que amor é também dor de cabeça?
Não sei a resposta... mas eu não iria ficar triste se algo assim acontecesse comigo.
Agora, imagino que a pergunta de um milhão de dólares que está passando pela sua cabeça é: QUAL É A SUA CONCLUSÃO DIANTE DE TUDO ISSO??
Simples: NENHUMA!

***

Sabe, às vezes eu me espanto como o Irmão Destino gosta de zoar com a nossa cara. Me espanta o senso de humor que ele tem, sério! Ao contrário do que o Neil Gaiman mostrou, ele gosta de fazer piadas com a gente! E detalhe... ELE SABE FAZER UMAS PIADAS MUITO DIVERTIDAS!
Bem, vamos explicar uma coisa. O Irmão Destino é um personagem criado por Neil Gaiman, que é o autor de uma das maiores obras primas dos quadrinhos, Sandman. Sandman, o senhor dos sonhos, é um dos sete Eternos, que são personificações de... situações que, teoricamente, todos os seres vivos do universo encaram cedo ou tarde.
E o Destino é uma dessas personificações. Pra começar, ele é cego, afinal de contas, ele não pode privilegiar ninguém. Além disso, é a criatura que está acorrentada ao grande livro do destino, onde tudo que vai ocorrer com cada ser vivo no universo está escrito, e a missão dele é ler esse livro inteiro (mas como ele consegue ler se é cego??), até o dia em que todos os seres vivos vão morrer, ele vai poder fechar o livro e se livrar de seu fardo.
Acho que, por ter um trabalho tão tedioso, ele tem o direito de, de vez em quando, pegar a sua pena e dar uma trapaceada. Enfim, fazer uma piadinha ou outra com os seres vivos, pra dar risada da nossa cara. Bem, ele fez uma comigo, e descobri isso hoje, no Armazém!
Detalhe que, pra muitos (acho até que pra maioria das pessoas), o trote que o Irmão Destino fez seria de muito mau gosto, ofensivo até. Porém... eu dei risada! E uma risada divertida, de gente que caiu na maior das piadas, e se divertiu com o fato! Eu me diverti com o fato de ser o bobo da piada, e justamente porque ela foi muito, mas muito bem pensada, muito bem feita! E não dá para não rir de uma piada bem feita, convenhamos.
Enfim, hoje eu notei como a vida realmente nos reserva surpresas. E como, às vezes, uma coisa que pensamos, pode realmente chegar muito perto de ser realizada. De fato, o pensamento tem poder...
... mas duvido que o pensamento tenha tanto bom humor quanto o Irmão Destino!
Em tempo: Armazém é um bar aqui em Bauru que só toca rock and roll, e onde teve o show do Forgotten Boys. Aliás, se quiser saber como foi o show, leia o próximo texto, ok!

***

Eu vou ser bem sincero: ouvi pouquíssimas músicas do Forgotten Boys. Não que não me interesse ou não goste mas... simplesmente eu fiz download de bandas que, no momento, me parecem bem mais interessantes. E Forgotten Boys sempre foi colocada em segundo ou terceiro plano.
Porém, como eu falei pro meu primo (que também foi no show), resolvi dar uma chance pros garotos. E tenho que admitir, rock and roll pesado, responsa e muito agradável de ser ouvido! Lembra um bocado o rock dos anos 70, mas com um jeito mais atual, mais quente, bem mais... bem, bem mais despretensioso. Um som que às vezes lembra The Clash, às vezes lembra o pós-punk, às vezes lembra The Futureheads (aliás, ô bandinha boa essa, viu!), enfim, um som pra lá de despretensioso e bom de se ouvir, tremendamente emp0lgante. E empolgante mesmo pra quem não ouviu uma só musica deles!
Além disso, eu acabei indo num lugar que não vou há anos, que é esse bar chamado Armazém. A única vez que fui nele foi há anos atrás, junto com uns amigos, e foi bem divertido, mas não tinha achado o bar grande coisa. Bem, dessa vez tenho que admitir que ele tá bem da hora, aconchegante e agradável. Fora que estão servindo uma pinga boa pra cacete!
Enfim, o show do Forgotten Boys pra mim vai ser inesquecível. Nem tanto pelo show, que foi bem bom, mas pela grande piada que o destino me armou e que eu caí!
E na boa, foi muito divertido!