Saturday, July 29, 2006

AGORA SÓ FALTA CINCO!

Atenção Atenção Houston! Temos um sobrevivente do primeiro semestre!
Sim, eu sobrevivi ao primeiro semestre. Claro, não tou inteiro (foi um semestre cansativo, massacrante, exaustivo), mas tou vivo!
E, como pouco clichê é bobagem, aqui vai mais um: PRA ALEGRIA DE UNS E DECEPÇÃO DE MUITOS, EU TOU VIVO!
E antes que alguém pergunte: não, eu não vou dar um relato do que foi esse primeiro semestre. Não tou com saco pra fazer relatório. E não insista, mesmo porque muito provavelmente você que está lendo já sabe dos principais detalhes e acontecimentos desse semestre. E se não souber, bem, azar o seu. Mas, se ainda assim quiser saber, pergunta numa mesa de bar. E por favor, pague a cerveja. Sabe como é, com a goela molhada a verdade sai muito mais fácil...
E está oficializado: APENAS 5 MESES PARA O RETORNO! Sim meus amigos, colegas e figuras paulistanas, estarei de volta no final do ano ou, no mais tardar, começo do ano que vem. E posso dizer com toda sinceridade, já tou indo MUITO TARDE!
Muitos devem achar que eu tou com ódio da cidade, ódio da gente que vive aqui, ódio do curso, etc. Bem, não é bem assim.
Não tenho raiva da cidade, em hipótese alguma. É uma excelente cidade para se passar as férias. Temos pouca diversão, mas ao menos elas servem pra tu beber um pouco, dar boas risadas ou coisa do gênero. Nada que não tenha em Sampa, é claro, mas ao menos é algo pra tu fazer aqui enquanto estiver aqui. Mais do mesmo, sabe. Se bem que, aqui em Bauru, prefiro mais ir em botecão beber com os amigos. Peguei um gosto especial por botecos aqui, acreditem ou não. E não tou falando de barzinho ao melhor estilo Vila Madalena ou Pompéia, mas boteco mesmo, de chão sujo e salgados molhados de tanto óleo.
Também não tenho ódio da gente daqui. Apesar de boa parte da população ser medíocre do ponto de vista cultural (sim, é uma gente de mentalidade xucra), tem gente aqui que vale muito. Gente que procura ver um filme diferente, que gosta de conversar sobre coisas mais intelectuais, gente que evita a conversa sobre carros-mulher-bebedeira. Enfim, não é um povo de todo ruim, apesar de ainda manter muito daquela mentalidade de cidade do interior com mania de ser cidade grande. Nada é perfeito, fazer o que? Bem ou mal, eles não tem culpa de não terem Avenida Paulista. Ou tem?
Do curso de jornalismo, por outro lado... sim, eu tenho raiva. Não ódio, mas raiva. Acho que tinha tudo pra ser um curso melhor estruturado, mais interessante, com uma mentalidade mais voltada para a formação do conhecimento e não a formação de máquinas de escrever. Foi como um professor meu falou, “pegamos as piores características da escola americana” (e ainda falam que americano faz coisa que presta). De fato, o curso em si foi triste. A única que estou cogitando de fazer com o diploma, atualmente, é usar para fazer trabalhos freelance. Não quero largar minhas aulas pra trabalhar numa Folha de São Paulo ou no Estadão. Quero ser professor, mesmo que isso implique em ser pobre o resto da vida.
Vou imitar Zagallo nessa: AGORA SÓ FALTA CINCO!
* * *
Só para não dizerem que eu jamais irei trabalhar com jornalismo, eu toparia trampar numa grande empresa de jornalismo com uma condição: ser correspondente internacional e ser enviado para o Oriente Médio fazer reportagem de guerra. Mesmo que não fosse ficar rico com isso. Afinal de contas, todo ser humano precisa de um pouco de aventura nessa sua vida, não acha?
* * *
Meus leitores, eu vou fazer uma pergunta simples e direta pra vocês:
VOCÊ ACREDITA EM PRESSÁGIO?
Antes que você faça aquela cara de “o que diabos é isso”, eu vou lhe explicar o significado de presságio (e se eu tiver esquecido algum detalhe, que meus colegas historiadores completem o sentido, por favor): presságio seria acontecimentos ou ocorrências cotidianos que cruzam o nosso caminho e que, a partir deles, tiramos uma interpretação sobre o futuro ou sobre certas decisões que temos que tomar. O presságio também é conhecido como augúrio, algo que os oráculos e adivinhos da Grécia e de Roma adoravam ter para aconselhar as atitudes daqueles que os consultavam.
Enfim, estive em Sampa na semana passada, e um MONTE de augúrios, presságios e coisas do gênero cruzaram o meu caminho:
Volto a fazer trabalho de historiador no Arquivo do Estado, analisando os prontuários do DEOPS.
Encontro uma velha amiga minha da USP do lado da FGV. Aliás, essa amiga foi muito importante pra me dar coragem em tomar uma decisão muito importante uns anos atrás.
Vou num bar na Pompéia e encontro velhos colegas da época de USP. Obviamente, falamos mal de muita gente e de alguns professores (ah se eles conhecessem um ou outro professor da UNESP...)
Ando pela Avenida Paulista (tu, que és das paulistas a mais paulista) e encontro mais amigos da USP, esses do meu velho grupo de RPG (os melhores e mais divertidos Sabbats que eu já tive o prazer de conhecer)
Encontro uma outra amiga da USP que não via há mais de seis anos às duas e meia da tarde na Estação da Sé. Aliás, uma amiga que... bem... deixa pra lá.
Vou numa danceteria indie na Rua Augusta e encontro um velho colega da UNESP lá dentro (isso sim foi surpreendente).
Bem, não sei se você acredita ou não em presságio. E não importa se eu acredito ou não. Agora, se eu acreditar, tudo isso que aconteceu já não é mais um presságio pra eu voltar pra Sampa. Já virou um sinaleiro caprichado do destino escrito mais ou menos o seguinte: JÁ NOTOU QUE TU TEM QUE VOLTAR PRA CÁ OU PRECISA ACONTECER MAIS ALGUMA COISA NA TUA VIDA?
Não, definitivamente não precisa.
* * *
Agora só faltam cinco.

2 Comments:

Blogger Mila said...

Agora te faço a mesma pergunta: desesperador ou já virou piada??? hauhauahaua

7:39 PM  
Blogger Rafa Gimenez said...

Sobre Bauru e a vida em Bauru: concordo em gênero, número e "degrau".

Sobre o curso de Jornalismo: concordo também.

Sobre os "presságios": por mais que misticismo às vezes soe como sub-cultura, eu sou uma dessas pessoas que se prende a detalhes e procura fazer associações mentais entre acontecimentos e expectativas. Até porque, minha vida já teve até aqui "coincidências" demais para que eu seguisse acreditando que elas eram apenas "coincidências". Por isso mesmo acho que vc tem alguma razão em acreditar que essa série de encontros furtivos sejam sinais de que um ciclo esteja termiando. Coisas semelhantes já aconteceram comigo tbm.

Ademais, torcerei para que seus planos deem certo e que no fim do ano vc realmente comece vida nova por aqui.

Texto legal, Ed! Abraço!

3:59 PM  

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