Saturday, January 21, 2006

Primeiro Blog do Ano de 2006!

Galera, eu vou ser cruel. Sei que faz quase um mês que não posto, e por isso hoje vai ser overdose! Aconselho a todos os meus leitores a lerem o blog em partes, porque... TEM COISA! E MUITA!
Preparem-se para curtir as aventuras e desventuras de Ed na sua terra natal!

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ATENÇÃO ATENÇÃO!! De São Paulo para o mundo virtual! Há um viajante do interior no meio da selva de pedra!
Pera um pouco... eu não sou do interior. Eu sou mais paulistano do que muito paulistano que anda por aí! Mas, mais do que nunca, depois de tanto tempo de exílio (um exílio auto imposto, é bem verdade), é bom estar de volta ao lar.
Lar? Ora, vejam só! Eu finalmente chamei um lugar de lar. Acho que eu o encontrei, afinal de contas. Mas o meu lar não é apenas a casa de meus pais. Se é assim... onde é o meu lar?
Heh... meu lar é a Avenida Paulista, suas livrarias, prédios, carros, suas (poucas) casas, seu chafariz (que é mais meu do que de muita gente), as pessoas esquisitas, essas pessoas maravilhosamente e espantosamente esquisitas que perambulam nela principalmente de fim de semana.
Meu lar é o Parque do Ibirapuera, com todas as suas árvores, bicicletas, crianças, adultos e velhos que nela andam, com todos os seus lagos e animais.
Meu lar é a USP, com todo aquele conhecimento e todas aquelas pessoas que nela estudam, trabalham, vivem nela, tanto quanto eu um dia estudei, trabalhei e vivi.
Meu lar é o centro com seus prédios velhos e sua multidão insensível. Meu lar é a Praça da República com as suas feiras intermináveis misturadas aos mendigos mais intermináveis ainda. Meu lar é a Rua Augusta e sua mistura de bordéis, casas de massagem e danceterias alternativas. Meu lar é o Madame Satã. Meu lar é o Salamandra. Meu lar é o Opção. O Mr. Mills. O Tendal Paulista. O Center 3. O Eldorado. A casa de meus amigos!
São Paulo é o meu lar. E demorou cinco anos para que eu soubesse disso.

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Pelos deuses e demônios da criação, o que aconteceu com as pessoas de Sampa? De repente, sem mais nem menos, todas elas passaram a usar camisetas coloridas, calças jeans meio velhas e tênis All Star! São Paulo virou uma... CIDADE INDIE!!
Sério, eu fiquei de cara! Quando vim para cá em julho, as coisas ainda não eram assim. Claro, estava crescendo o número de pessoas que estavam adotando esse visual, mas eles ainda não haviam tomado a paisagem. Mas vai dar um passeio de fim de semana ao longo da Avenida Paulista. Além dos casais de gays e lésbicas e dos góticos (que não deixam de ser alternativos também, mas já fazem parte da paisagem há algum tempo) também passamos a ter hordas (sim, é isso mesmo, HORDAS) de indies andando pela rua. Detalhe importante quanto ao seu comportamento: eles costumam sempre andar em bando de quatro ou mais.
Imagino que muitos de vocês devem estar achando estranho o fato de eu estar tão espantado com esse aumento de "indies" (eita palavrinha feia, cara) em Sampa, ao invés de estar soltando fogos de artifício pela expansão da "cultura alternativa", ou mesmo espantados com o fato de eu não estar cuspindo vespas e marimbondos pela presença desses "posers" que, pelo fato de estar na moda ser alternativo, entraram na onda. E, de fato, não estou fazendo nem uma coisa nem outra.
Não solto fogos de artifício pelo simples fato de que eu não me considero indie (digo e repito, palavra feia para cacete), alternativo, ou o que quer que seja. Assim como também nunca me considerei gótico. Apenas gosto das bandas alternativas (ou pelo menos de boa parte delas), da roupa (acho engraçadinha, sério mesmo) e de alguns filmes alternativos (que na minha época eram chamados de "cult"). Ponto final. Não obedeço nenhum tipo de "cartilha indie" (se é que existe), assim como nunca obedeci nenhuma "cartilha gótica" (que eu sei que existe) e raramente adoto algum tipo de estilo, gíria ou coisa que o valha de qualquer uma dessas manifestações.
Sou apenas um simpatizante de um tipo de música que explodiu agora, apesar de muitas bandas alternativas (como Sonic Youth, Breeders, Jesus and Mary Chain e Pixies) já serem velhas conhecidas minhas, e eu ter sido sempre um apreciador discreto delas. Assim como gosto de bandas góticas (até hoje, na verdade), das roupas góticas (já falei como eu acho sexy uma mulher vestida de preto?) e de filmes que os góticos adoram (adoro o expressionismo alemão), e nem por isso sou gótico.
Se formos ver bem, eu seria considerado tanto por góticos como por indies como nada mais do que um poser. Só que pelo menos eu procuro me manter antenado com os lançamentos musicais, converso sempre com pessoas que sabem dos shows, enfim, procuro me manter informado sobre o que acontece no mundo musical tanto indie como gótico. Portanto, posso até ser um poser, mas ao menos me mantenho antenado no que acontece no mundo musical! E para ser bem sincero, tou nem aí se um cara é poser ou não. Isso é problema dele! Se o sujeito não tem personalidade para criar um gosto próprio, foda-se. Não vai prejudicar ninguém mesmo...
Não sei se essa expansão da "cultura indie" (tenho muito medo de usar esse termo, sério mesmo) é do Lúcio Ribeiro, da MTV, dos shows que tem rolado aqui no Brasil, da cobertura da mídia como um todo, do Papa que morreu ou do que quer que seja. E, a bem da verdade, nem me importa muito. O que importa é: os indies invadiram Sampa. E eu tou achando isso muito divertido. Dá um novo colorido à uma paisagem pintada de cinza.

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Não sei se o ano de 2006 vai ser bom ou não. Em todo caso, já salvei ao menos o primeiro dia dele!
Novamente passei o ano novo em S. Manuel. Novamente me diverti pra caralho. Novamente bebi muito, e novamente amarguei uma ressaca miserável durante o resto do primeiro dia do ano.
Mas dessa vez... tivemos chuva (bendita seja a chuva exorcizadora de todos os males) e o doido aqui dançou debaixo dela, do começo ao fim. Tivemos banho de piscina (cortesia de alguns ex-alunos meus que resolveram me tacar nela. Detalhe: a água estava deliciosa). E... tivemos Queen! Cara, quer jeito melhor de começar o ano do que cantando Queen a plenos pulmões com um monte de cerveja na cabeça e em cima de uma cadeira debaixo da chuva?
Digo e repito: não sei como vai ser o ano de 2006. Sei apenas que me diverti muito com meus amigos (e podem ter certeza, em breve estarei novamente com vocês para curtir muita farra), que bebi pra caralho e que me diverti muito. Em resumo, salvei o primeiro dia do ano!
Mas... eu tenho a impressão de que 2006 vai ser um ano muito bom, sabiam?

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Não sei alguém aqui já ouviu falar de uma banda chamada Cansei de Ser Sexy. Para aqueles que não ouviram, o CSS é uma banda composta por cinco gurias e um cara, que se propuseram a fazer um tipo de som bem parecido com aquele que o Le Tigre já faz, mas com uma diferença: muito mais dançante e, até me arrisco a dizer, empolgante. Conheci essa banda graças a uma amiga minha que me indicou algumas de suas músicas, e acabei gostando bastante da banda.
Pois bem, na minha estadia em Sampa, essa mesma amiga minha me incumbiu de uma missão: conseguir o EP novo delas (CSS Suxxx, muito bom aliás). Só que, para eu conseguir isso, eu deveria ir num lugar chamado Rose Bom Bom, um lugar que eu já tinha ouvido falar por alguns amigos. Resultado, eu fui no show das gurias, mas não sem um certo receio.
Receio de ir sozinho (sim, novamente não consegui nenhum filho da puta que fosse comigo) e receio de ir num lugar desconhecido (e vai saber o que eu encontraria lá, não é)! Enfim, reuni toda a coragem, bebi umas brejas com uns colegas (que estavam adorando zoar da minha cara com o fato de eu ir num lugar chamado Rose Bom Bom) e vamos embora!
Chegando lá, o lugar me pareceu bem sussa. Ora, era uma danceteria normal, com um estilinho um pouco mais descolado. Nada surpreendente, eu diria. Sei que acabei ficando numa boa lá, vendo as criaturinhas que frequentavam o lugar. Não vou detalhar pormenorizadamente quem estava lá, vou apenas dar uma noção:

- Um clone do Jim Morrisson (que tava acompanhado de uma guria muito bonitinha, aliás)
- O Beto Bruno, do Cachorro Grande, junto com um dos outros caras (não sei o nome do sujeito)
- O Supla

Admito, fiquei curioso com as "figurinhas" que apareceram por lá. Ora, não é todos os dias que a gente cruza com o Supla ou com alguns dos integrantes do Cachorro Grande, certo (se bem que pra alguns já tá virando lugar comum isso, hehhehe)! Bebi saquê (e odiei), e fiquei esperando a hora do show.
A banda que abriu pro CSS chamava-se Bastards (ou Bastardz, sei lá como esses caras gostariam que fosse escrito), e não foi ruim não! São uma espécie de revival do New York Dolls, inclusive na roupa de alguns de seus integrantes. Som violento, bem bacana. Não foi super empolgante, mas deu pra divertir a galera, inclusive a mim. Inclusive a versão de Anarchy in the UK que eles fizeram ficou bem da horinha! Parabéns senhores, Syl Sylvain iria ficar orgulhoso de vocês.
Por fim, o show do CSS. E olha, que show da hora! A LoveFoxxx, uma japinha que é a vocalista da banda, sabe mesmo agitar. Aliás, ela é agitada. Muito agitada, eu diria. Não parou de pular um só momento, e não apenas no palco. Teve vários momentos no show em que ela pulou na platéia e ficou se jogando em cima da molecada, pulando, zoando pra caralho!
Além de pular feito uma doida em cima do palco, ela também tem o hábito bem interessante de se encarapitar nas costas dos outros. Aliás, ela gosta de se jogar em cima dos outros, pular, se enrolar no fio do microfone, tacar fio dental na cara dos outros (isso foi sem querer, mas admito que dei muita risada hora que ela pegou uma caixinha de fio dental, começou a girar a linha e ela foi parar na cara de um dos caras que tava na platéia), de beber água e jorrar ela na platéia (levei uns três banhos nesse processo, e tive medo de levar um quarto de cerveja que, ainda bem, ela não fez), enfim, é uma showgirl!
O restante da banda também agitou à sua própria maneira, de uma forma bem mais discreta, eu diria. E uma coisa que, para mim, valeu como ponto positivo da versatilidade dos seus integrantes: eles também se arriscam a trocar instrumentos, exatamente como os caras do Arcade Fire fazem. Versatilidade é o segredo do jogo!
Enfim, o show foi tremendamente empolgante! Adorei pacas, e vou ir de novo quando tiver oportunidade, com certeza! Ainda mais que os integrantes da banda foram muito gente fina quando pedi para autografarem o CD pra essa amiga minha, sabe. Foram tremendamente simpáticos, todos eles!
Resumo da ópera: um show duca! Claro, não vai ser o show inesquecível, mas com certeza é um dos mais divertidos (e interativos) que eu já tive o prazer de ver (e participar)! Só um detalhe: no próximo show, vou com capa de chuva, apenas como prevenção caso a LoveFoxx resolva fazer chuvinha de cerveja no próximo show, heeheh!

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Gente, eu sei que muitos de vocês gostariam de postar no meu blog, mas infelizmente o Blogspot tem umas frescuras no que se refere aos comentários. Então, se quiserem postar os comentários ao meu blog no meu Orkut, à vontade! Para quem não sabe, eis aqui:
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=4876215380420130131&pcy=3

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

E ao mesmo tempo...
Eu amo São Paulo!
Quando eu ando por essas ruas,
Sozinha,
E sinto a liberdade dentro das minhas veias.
O frio, o cinza de final de inverno,
Sinto-me tão heroína!
A diversidade, a busca pela cultura
Como a fome pela informação tinha sido aniquilada!

Eu morro pelos filmes,
Pelas músicas novas,
Pelas novidades
Pela moda.
Por uma frivolidade que aquece minha criatividade
E faz vir as facetas,
Minhas caras e bocas
Tudo aquilo que me faz sentir linda.
E sou eu mesma,
Liberta e refeita,
A alma paulistana
O caos, a libido, o êxtase,
Sou uma alma em ebulição.
Nessa cidade
Que poucos percebem
Como pulsa, quantos flashs
Quanta vida...
E quantos seres brutos querem destruir os guerreiros.
Por dinheiro,
É meu dever não deixar isso acontecer.

9:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

Mais um, só uma refraozinho: I wanna be your JLO!
ahahaha

9:18 AM  

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